"Sou Gregório Hugo, médico há 12 anos, bom pai de família e marido. Tenho apenas dois defeitos: ter dois nomes( que não combinam um com o outro, por sinal) e também sou viciado. Nunca usei drogas (ilícitas). Mas tenho algo mais forte do que uma compulsão: vício em vícios."
"Talvez todo mundo seja assim; talvez não. Talvez isso seja normal; talvez não. Mas como é que eu vou saber, já que não gosto muito do contato com as pessoas? Contato de homens, pra ser mais preciso. Porque com mulheres, detesto perder o contato. E estou falando aqui de TODO tipo de contato. Desde os meus 14 anos quando beijei pela primeira vez (e não só beijei, mas também não...completei o ato. Vocês entendem, né?), "meu irmão", falei pra mim mesmo, "Por que eu não tinha feito isso antes?!" Então, já no dia seguinte, na escola, sai atirando pra todos os lados; não tinha garota que sobrasse, mesmo! Afinal, não sei nem porque estou falando sobre isso; deixe-me ver onde parei..."
"Sim. Estava me questionando como saber se o que eu tenho é comum a todos se não conheço muitos? Também não estou nem a fim de conhecer. As pessoas que posso dizer que conheço são fictícias, personagens de filmes ou seriados. Que por sinal, não tem coisa melhor pra se fazer no tempo livre, ou até mesmo no tempo em que você era pra estar fazendo alguma coisa: trabalhando, estudando, fazendo sexo com sua esposa, do que acompanhar uma boa série, uma que tenha um bom enredo, atores muito bons e atrizes bonitas e uma história que prenda você. Eu diria que assisto, brincando, 30 horas de filmes ou séries por semana. Mas não era sobre isso que eu queria falar. Eu ia dizendo que, já que não tenho o costume, e nem o interesse de ter contato com pessoas, ao invés de médico, eu deveria ter sido psicólogo. Ou filósofo. Ou ator de filme pornô, assim eu teria o único contato que interessa nas pessoas, porque no fim, tudo é sexo."
"Bem, falando em psicólogo, estou tendo algumas seções com um; 'uma', pra falar a verdade. Uma BELA psicóloga, tanto que tenho certeza que ela poderia resolver os problemas da vida de qualquer homem, sem nem mesmo recorrer a qualquer técnica psicológica. Tenho certeza de que estou em boas mãos. E não só mãos, mas pés, pernas, quadril, barriga..." Dr. Clara Lwuden, esse é o nome dela. Não faço a menor idéia de como se pronuncia seu segundo nome, e acho que nem ela também, já que ela nunca pronunciou. Bem, a Dr. Clara me sugeriu que eu escrevesse sobre esse meu problema, de ser viciado em vícios, que ela gosta de chamar de 'karma da humanidade'. Ela pediu que eu postasse em um blog, para que outras pessoas pudessem mostra suas opiniões sobre mim. Eu disse pra ela que estava me fodendo para as opiniões alheias sobre minha pessoas, mas a Dr. Clara sabe ser convincente, sim, senhor."